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Oficina debate elaboração de planos de gestão territorial e ambiental com indígenas do Vale do Javari

Oficina sobre Plano de Gestão Territorial e Ambiental com povos do Vale do Javari.
Oficina sobre PGTA reuniu povos do Vale do Javari, segunda maior terra indígena do país;

Published by Opi

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Evento pedagógico foi realizado por Opi, Univaja e CTI e teve a participação de Lucas Manchineri

Nos dias 16 e 17 de setembro, o Observatório dos Direitos Humanos dos Povos Indígenas Isolados e de Recente Contato (OPI), em parceria com a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) and Centro de Trabalho Indigenista (CTI), realizou uma oficina sobre processos de elaboração de Planos de Gestão Territorial e Ambiental (PGTA). O encontro ocorreu no auditório da Univaja, em Atalaia do Norte (AM), e reuniu representantes de associações de base dos diversos povos que vivem na Terra Indígena Vale do Javari (TIVJ) — a segunda maior do país.

O convidado principal foi Lucas Manchineri, da Terra Indígena Mamoadate (AC), que compartilhou a experiência de seu povo na construção do PGTA da TI Mamoadate. “PGTAs nunca podem ser feitos de cima para baixo”, enfatizou, destacando a importância de metodologias participativas e decisão comunitária sobre prioridades de proteção, uso do território e salvaguardas culturais. A programação contou ainda com Carlos Cavuscens, indigenista que participou da demarcação da TI Vale do Javari e que apresentou referências de gestão territorial e ambiental a partir de experiências na TI Yanomami.

A oficina é um desdobramento do 2º intercâmbio entre coletivos indígenas de vigilância e monitoramento para proteção de povos em isolamento na Amazônia brasileira — “Iniciativas indígenas para a proteção dos povos em isolamento” — realizado entre 2 e 7 de junho de 2025, na aldeia Massapê, do povo Kanamari. No Vale do Javari, onde há alta concentração de registros de povos em isolamento, o debate sobre PGTAs ganha relevância adicional por articular governança territorial, monitoramento e incidência política em um cenário de pressões constantes.

Ao final, o coordenador da UNIVAJA, Bushe Matis, apontou que os PGTAs funcionam como instrumentos práticos para consolidar modos de uso do território, planos de vigilância e protocolos de atuação em contextos sensíveis — inclusive frente à presença de povos isolados —, alinhando conhecimento tradicional e ferramentas de gestão para fortalecer a autonomia e a segurança territorial dos povos do Javari.

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