Indígenas isolados se aproximam de aldeia do povo Manxineru no Alto Iaco, no Acre. Em meio a pandemia, grupo de monitoramento comunitário pede apoio urgente.
Maria Emília Coelho*
Após cinco dias viajando em uma canoa pelo rio Iaco, oito indígenas do povo Manxineru aportaram no município de Sena Madureira, no Acre, no dia 22 de janeiro deste ano. Chegaram na cidade para pedir apoio para instituições governamentais e da sociedade civil para solucionar uma situação preocupante que estão enfrentando atualmente na aldeia Extrema, na Terra Indígena Mamoadate, na fronteira com o Peru. Indígenas isolados estão cada vez mais se aproximando da comunidade.
Seguindo todos os protocolos de prevenção à Covid19, dois dias depois me encontrei com o grupo, formado em outubro de 2020 por lideranças e moradores da Extrema, na praça central de Sena Madureira, à beira do Iaco. Eles me pediram apoio para divulgar o trabalho de monitoramento que estão realizando na área. Os indígenas apresentaram diversas imagens, relatórios de campo, e um mapa desenhado em uma cartolina, identificando onde encontraram vestígios de grupos de “isolados” em seis lugares diferentes muito próximos da comunidade, desde o início do ano passado.
“Eles andam mais no Igarapé Sipal e Bonitinho, abaixo da casa do Seu Epitácio, e no seu pique de caçada. Já viram a casa dele com certeza. A gente analisou os vestígios e achamos que vieram da Estação Ecológica do Rio Acre”, afirmou a liderança Mila Manchineri, mostrando o mapa das suas andanças em volta da Extrema, a última aldeia do Alto Iaco. “Estamos preocupados pois estamos cercados pelos nossos parentes desconfiados!”.
Mateus Manchineri contou que foi essa preocupação que mobilizou o grupo a se organizar recentemente para realizar expedições de monitoramento e para construir um posto de vigilância na aldeia, no final de 2020. Feito de madeira e palha, e denominado Pantshi Hoshahajane Yine Hislahikolwaka, o posto é “a casa onde a gente trabalha para os parentes desconfiados”, explicou. Levantado pelos indígenas, o local tem o propósito de concentrar a organização do trabalho, como também impedir que os parentes das outras aldeias subam o rio Iaco para caçar e encontrem com os “isolados”.
Compartilhamento territorial
As lideranças da TI Mamoadate acompanham há algum tempo as dinâmicas de deslocamentos dos índios isolados provenientes da região de Madre de Dios no Peru. O monitoramento de tal dinâmica se dá a partir de expedições de vigilância, realizadas pelos indígenas, e é parte de uma estratégia de proteção territorial, apoiada pela CPI-Acre e Funai, desde 2009. Nos últimos anos essas expedições se tornaram mais regulares, e as informações comunicadas pelos Manxineru se intensificaram, especialmente da aldeia Extrema, por sua localização mais próxima dos igarapés por onde os isolados periodicamente passam.
Na última expedição realizada no Igarapé Paulo Ramos, no início de janeiro de 2021, o grupo de monitoramento Manxineru percebeu que a situação tinha se agravado. O jovem Maílson Manchineri contou que eles encontraram, primeiro, vários sinais, como ossos de animais e ramos quebrados. Depois, quando começaram a ouvir o assovio e o grito deles na mata, saíram correndo para o barco e voltaram para a aldeia: “A gente não quer encontrar com eles, são perigosos. Então, estamos evitando ir para lá, mas é muito perto!”. No período de chuvas, quando o rio Iaco fica cheio, os indígenas levam cerca de uma hora de barco da Extrema até o Igarapé Paulo Ramos.
Entre 2015 e 2016, no processo de elaboração do Plano de Gestão da Terra Indígena Mamoadate, os moradores das aldeias Manxineru e Jaminawa estabeleceram um acordo para que ninguém ultrapasse o Igarapé Abismo, mais acima do Alto Iaco, diminuindo assim a pressão sobre o uso dos recursos naturais na área utilizada pelos Yine/Manxineru Hosha Hajene, “nossos parentes que vivem na mata”. Porém, Mila Manchineri explicou que agora eles estão baixando mais o rio e se acercando das aldeias: “Eles não sabem onde é a terra deles, habitam onde tem caça, alimento, e não ficam em um lugar certo. Nesse momento estão onde a gente caça mais, aí não tem mais como a gente ir para lá. Estamos muito preocupados com essa situação, pois nosso mercado é a floresta, a caça e os animais”.
A partir dos vestígios encontrados no Paulo Ramos, Mateus afirmou que os “isolados” comem a mesma comida que os Manxineru (jabuti, anta, macaco preto, veado). Também contou que os “desconfiados” fizeram uma espécie de tapagem com um sinal nos ramos das árvores: “Foi um aviso deles para a gente não passar dali. Aí fizemos o mesmo sinal para eles não virem para o nosso rumo também. Agora, encontramos os seus tapiris quando vamos caçar. Não é que a gente quer topar com eles, mas é aonde buscamos o alimento de cada dia. Esse igarapé é nosso território de caçada. Depois que vimos os seus vestígios, avisamos aos parentes das aldeias para não caçarem mais para esse lado”.
Desde então, a dinâmica da aldeia Extrema está afetada. As crianças costumam ficar à beira da mata e do rio, enquanto as mulheres tiram banana e macaxeira, e os homens vão caçar. Mateus explica que o perigo agora é as crianças toparem com os “desconfiados”. “A gente tem uma varação de 4 horas da aldeia até o Paulo Ramos e por isso estamos aperreados. Não sabemos o que eles pensam. A gente tem medo deles, e eles têm medo da gente. Eles podem pensar que a gente quer fazer mal a eles. Então, para não acontecer um conflito, estamos mostrando o nosso trabalho para os órgãos públicos e parceiros apoiarem a gente nessa situação difícil”.
“Sem comunicação”
Em meio a pandemia, o posto de vigilância indígena recém construído funciona como uma barreira sanitária, ainda que com uma estrutura precária, impossibilitando o trânsito de pessoas no território dos “isolados”. “Se alguém contaminado com o corona vírus subir o rio e deixar alguma coisa lá pra cima, os desconfiados podem pegar e se contaminar e morrer de uma doença que eles nem conhecem”, alertou Mila, explicando que os casos da Covid-19 na aldeia foram tratados com remédio caseiro e medicina tradicional.
Para o jovem Maílson, a grande dificuldade é que justamente nesse momento em que estão se sentindo mais pressionados, estão incomunicáveis na aldeia. O telefone público está quebrado, e o sistema de radiofonia, doado pela FUNAI foi “desprogramado” durante as eleições de 2020. Ele contou, revoltado: “O pessoal da Justiça Eleitoral chegou de helicóptero e pegou a nossa bateria sem a ordem de ninguém, pois a deles tinha explodido. Agora, o orelhão está esculhambado, o radio está esculhambado, e a gente está sem comunicação!
Durante a nossa conversa, os indígenas frisaram a necessidade urgente da instalação de uma rede de internet na aldeia Extrema, que está sendo providenciada no âmbito da parceria com a CPI-Acre. Só assim poderão se comunicar rapidamente em qualquer situação de emergência, como também repassar informações do trabalho de monitoramento que estão realizando com o apoio da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB), da Comissão Pró-Índio do Acre (CPI-Acre) e da Fundação Nacional do Índio (Funai).
O grupo destacou ainda que é necessário ampliar na TI Mamoadate equipamentos básicos para a ação de vigilância e monitoramento, como barcos, motores e aparelhos de GPS (Sistema de Posicionamento Global), e também a capacitação para continuarem o monitoramento com as condições técnicas adequadas, pois se trata de um trabalho arriscado. “Quando a equipe da Funai fez a expedição com a gente, marcamos a distância de 3,8 quilômetros entre um dos vestígios e a aldeia. Os outros pontos a gente só sabe em horas porque não temos na nossa aldeia o GPS. Estamos registrando os vestígios que encontramos apenas em fotos, com o celular cedido pela CPI-Acre para realizar o monitoramento com o uso de um aplicativo, porém, devido a pandemia, ainda não foi possível receber a capacitação para usar o aplicativo”.
Os Manxineru explicaram ainda que, a princípio, haviam se organizado em dois subgrupos: um para monitorar a região na frente da Extrema, na outra margem do rio, e o outro para andar no Igarapé Paulo Ramos. Porém, com a intensificação dos vestígios, fizeram uma reunião com a comunidade para debater a questão e decidiram que deveriam realizar as expedições todos juntos. Mila destacou que nesse momento é muito perigoso entrar na mata em duas, três, quatro pessoas: “Não é um caso qualquer, respeitamos os parentes desconfiados e também temos medo deles. Então, a gente se ajunta e vai todo mundo. O nosso grupo é novato, nós nunca participamos de uma capacitação de GPS, nem no ‘motorola’ sabemos mexer bem. Com nossa coragem estamos aqui hoje, deixando nossas famílias, porque a gente tem boa vontade de trabalhar e repassar as informações”.
Antigas e novas rotas do “isolamento”
O conhecimento profundo que os povos indígenas têm sobre a floresta e o uso dos seus recursos naturais, e sobre o comportamento de outros povos em suas atividades culturais e de subsistência, é o que torna possível a identificação de indígenas “isolados” na floresta. São inúmeras histórias dos moradores das comunidades vizinhas aos seus territórios sobre seus caminhos e vestígios, e sobre avistamentos e encontros com esses grupos nos Altos rios Acre, Iaco, Chandless, Envira e Purus, na região da fronteira Brasil-Peru. É esse conhecimento indígena que sempre orientou as ações da Funai, sobretudo quando os agentes indigenistas do Estado brasileiro chegaram ao Acre, em mediados dos anos 1970.
Os primeiros relatos sobre a existência de “índios arredios”, no alto Iaco, começaram a ser registrados de forma sistemática com a instalação do Posto Indígena Mamoadate, e da aldeia Extrema, entre os anos 1975 e 1976, assentando povos Manxineru e Jaminawa. Na época, o sertanista da Funai, José Carlos dos Reis Meirelles, observou que eles eram chamados de “rivers,” pelos Jaminawa, “seus inimigos tradicionais”, em uma relação de conflito perpetuada por décadas. Seus antigos relatórios trazem também informações sobre os caminhos percorridos por esses índios isolados entre os limites de Brasil e Peru, há décadas. No lado brasileiro, seus deslocamentos aconteciam no verão amazônico, quando desciam igarapés e rios para a coleta de produtos da floresta.
As inúmeras rotas, antigas e atuais, utilizadas por esses indígenas isolados, denominados atualmente pelas instituições indigenistas como Mashco ou Mashco Piro no Peru, são parte do imaginário e da memória coletiva das comunidades Jaminawa e Manxineru do Alto Iaco. Os mais velhos contam que seus pais e avós diziam que eles andavam até a área onde é a Extrema hoje.
A partir do registro de encontros e diálogos com os Mashco Piro em comunidades indígenas do lado peruano da fronteira, hoje já se sabe que esses grupos falam um dialeto da família linguística Arawak, muito próximo do idioma do povo Yine (Piro), do Peru, como também dos seus parentes Manxineru, do Brasil. A literatura antropológica afirma que se tratam de grupos sobreviventes dos massacres e correrias praticadas contra indígenas no auge da exploração do látex, na virada dos séculos XIX e XX, que se refugiaram nas áreas de difícil acesso da floresta, onde não havia borracha.
Atualmente, os deslocamentos dos grupos Mashco Piro ocorrem em um extenso território situado no divisor de águas dos grandes rios Juruá, Madre de Dios/Madeira, Purus e Ucayali, em uma região entre a fronteira do Brasil e Peru que abriga um mosaico de unidades de conservação ambiental e territórios indígenas onde habitam distintos povos isolados.
No estado do Acre, existem atualmente registros da presença dos Mashco nos Altos rios Acre, Iaco, Chandless, Envira e Purus, próximo aos limites internacionais. Nos últimos anos, a Funai vem constatando que seus vestígios e aparições estão se intensificando em território brasileiro. Outra mudança identificada pelo órgão indigenista e comunidades vizinhas, foi o aumento na frequência das suas aparições durante o período de inverno amazônico (novembro a abril), meses que tradicionalmente ocupam as terras altas das cabeceiras dos igarapés e rios, no lado peruano da fronteira. Essas alterações nos padrões de deslocamento dos Mashco coincidem com a pressão territorial e ameaças externas, motivando-os a buscar novos espaços vitais, em decorrência de conflitos com populações não indígenas que usam seus territórios e recursos naturais imprescindíveis a sua sobrevivência.
Por que proteger os “parentes desconfiados”?
Há mais de uma década, os Manxineru do Alto Iaco vêm pedindo o apoio da Funai para a instalação de uma base física para a vigilância, fiscalização e monitoramento da terra indígena. Em alguma medida, a Frente de Proteção Etnoambiental Envira (FPEE), unidade de campo que trabalha na proteção e promoção dos direitos dos povos isolados no Acre, vem realizando atividades como oficinas e expedições em parceria com as comunidades indígenas. Porém, nesse contexto de desmonte do órgão indigenista, as ações são descontínuas, e não atendem a demanda real, e urgente, de uma Base de Proteção (Bape) no Alto Iaco.
Os moradores das aldeias sentem cada vez mais a pressão sobre os seus territórios por conta das atividades ilícitas na região fronteiriça, como a exploração da madeira, o narcotráfico e a ação de fundamentalistas religiosos. Diversas invasões estão sendo registradas na terra indígena desde o início dos anos 2000. Neste processo, começaram a refletir sobre como essas ameaças também afetavam as dinâmicas territoriais e o modo de vida dos grupos isolados com quem compartilham territórios, recursos naturais, e histórias.
“Não queremos mais massacres!”, responde Mateus Manchineri, quando pergunto ao grupo sobre a motivação para o trabalho em defesa dos povos isolados. A liderança explicou que existem muitas histórias da época dos seus avós e pais que contam como os Manxineru sofreram nas mãos dos patrões seringalistas e madeireiros peruanos. Ele acredita que os parentes desconfiados estão chegando perto porque estão sendo cada vez mais imprensados pelas atividades das empresas madeireiras, garimpeiras e de prospecção de petróleo em curso na região da fronteira Brasil-Peru: “Tem branco que fala por aí que índio quer muita terra. Mas queremos essa terra também para os parentes que vivem na mata”.
Mila Manchineri lembrou que no Plano de Gestão da TI Mamoadate, foram definidas várias ações de proteção aos parentes desconfiados, como também discutidas as principais ameaças que os afetam: “Sentimos a pressão das ações dos madeireiros, narcotraficantes, pescadores, e caçadores, que invadem os nossos territórios. A gente acordou que iríamos proteger os nossos parentes dessas ações que são promovidas por pessoas que querem fazer mal a gente”.
Para Mila, a construção do “mapa de identificação das andanças dos parentes desconfiados” é também uma estratégica de conservação da floresta: “A nossa floresta é a nossa mãe e a nossa vida, ela ajuda a gente e nós ajudamos a preservá-la. Quando estamos fazendo o monitoramento estamos cuidando da floresta, estamos vendo as árvores, os remédios tradicionais as caças, as fontes [de água] boas que têm dentro dela”. Ele afirmou ainda: Caso um dia eles tenham que sair, nós aprenderemos mais sobre os remédios tradicionais. Com eles, a gente fortalece mais a nossa cultura”.
Aliança Yine-Manxineru
Nos últimos anos, tanto no Brasil, como no Peru, diversas iniciativas voltadas à proteção territorial e defesa dos direitos dos povos indígenas isolados têm sido desenvolvidas por comunidades indígenas vizinhas e suas organizações de representação. Desde 2011, os Manxineru, da TI Mamoadate, no Brasil, e os Yine da Comunidade Nativa Monte Salvado, no Peru, estão discutindo problemáticas comuns em seus territórios. Em encontros, promovidos com o apoio da CPI-Acre e da Federação Nativa do Rio Madre de Dios e Afluentes (Fenamad), debatem sobre a pressão da exploração madeireira, do narcotráfico e da abertura de estradas na região da fronteira Brasil-Peru, e da aproximação cada vez mais frequente dos isolados em suas comunidades. Essas populações, que compartilham histórias, línguas e culturas, também estão construindo uma aliança para garantir os direitos dos seus “parentes” que desconhecem os limites internacionais.
Desde 2006, Monte Salvado, no Alto rio Las Piedras, abriga o primeiro posto de controle com o objetivo de proteger a integridade dos povos isolados no Peru. A parceria, estabelecida entre os moradores do povo Yine e a Fenamad para enfrentar os madeireiros da região, rendeu a titularidade da Comunidade Nativa, em 2001, como também a instalação de uma estrutura com equipamentos que permitem a comunicação permanente com a federação e a evacuação da aldeia, em qualquer situação de emergência.
Monte Salvado é atualmente um dos lugares mais emblemáticos para compreender a relação entre povos “isolados” e seus vizinhos “contatados”. Devido ao aumento das aparições dos Mashco Piro na comunidade nos últimos anos, os Yine se tornaram especialistas em mecanismos de monitoramento, prevenção e contingência em situações de risco com isolados. Hoje, os mais experientes são colaboradores dos postos sob gerência do Ministério da Cultura do Peru, que passou a atuar na região, somente a partir de 2015, após os primeiros contatos com o grupo Mashco-Piro do Alto rio Madre de Dios.
Hoje, o grupo de monitoramento Manxineru lamenta a falta da internet na aldeia Extrema, para uma comunicação mais frequente com os seus parentes Yine de Monte Salvado. Também pedem apoio para a realização de mais intercâmbios entre as lideranças e moradores das duas comunidades: “Queremos pegar mais experiência com eles, para saber o que fazemos caso a gente tenha que receber esses isolados na nossa aldeia”, afirmou Mila. “Lá em Monte Salvado, eles [Mashco Piro] já aparecerem, então já sabem trabalhar mais do que a gente. Nossa dificuldade é tão grande, que a gente quer resolver, abraçar, mas somos poucos, nossa equipe é muita pequena”, completou Maílson.
No dia 1 de fevereiro, os Manxineru subiram o rio Iaco de volta à Extrema. Planejam realizar uma reunião, apoiada pela COIAB e Land is Life e cumprindo todas medidas para a prevenção da Covid-19, com lideranças e moradores das onze aldeias Manxineru da TI Mamoadate. A ideia é reforçar para os parentes sobre a importância de não andar e caçar no Igarapé Paulo Ramos, evitando, assim, o risco de contato com os parentes desconfiados. Ao se despedir, Mila resumiu o espírito do grupo: “Nós viemos até aqui com essa garra e essa confiança. Da mesma forma, vamos voltar para aldeia e dar continuidade ao nosso trabalho”.
Intercâmbio entre os Yne e Manxineru. Crédito: Comissão Pró-Índio do Acre
*Maria Emília Coelho é jornalista e indigenista, assessora da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB), membro do Observatório dos Direitos Humanos dos Povos Indígenas Isolados e de Recente Contato (Opi) e do Observatório dos Direitos e Políticas Indigenistas (OBIND), conselheira da Comissão Pró-Índio do Acre (CPI-Acre), e mestranda no Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais – Estudos Comparados nas Américas, do Departamento de Estudos Latino-americanos (ELA), da Universidade de Brasília (UnB).